Conheça os novos ricos ! São mendigos? São garis? Não, são freegans

Freegans em ação em meio ao desperdício na cidade de Nova York

O mundo está acabando. O mundo está acabando? Superstições à parte, hoje em dia, com a tecnologia, sabemos com muito mais rapidez de todas as tragédias naturais e não naturais que o mundo sofre. Tsunami no Japão, guerra na Líbia, enchentes no Brasil. Também pode-se ver imagens da grande mancha de lixo do Pacífico, que tem o tamanho de duas vezes o estado do Texas. E por satélite, em tempo real, conferir o desmatamento da Amazônia, as manchas de óleo que se espalham pelos oceanos e a casquinha de ovo que é hoje a Serra do Curral. Difícil não sentir um frio na barriga, um medo de, se o mundo não acabar por um grande desastre natural, nós mesmos acabarmos com ele.

Mas a mesma tecnologia que hoje permite a propagação de tanta notícia triste também tem ajudado com soluções.

Conectados via internet, os freegans (uma junção das palavras inglesas “free”, que significa “livre” e, “vegan”, que não come produtos de origem animal) são hoje uma longa comunidade que se estende por todo o planeta. Inspirados no grupo teatral anarquista e californiano do anos 1960, Diggers (garimpeiros), que doava comidas e serviços gratuitamente, o movimento freeganista teve início no começo da década de 1990, negando bravamente a sociedade de consumo, rejeitando o capitalismo e vivendo, da melhor maneira possível, sem alimentar o sistema.


Usando as redes sociais, grupos de discussão online e vídeos do YouTube, eles propagam suas ideias de não consumo e ensinam, por meio de tutoriais, como viver sem desgastar ainda mais o planeta. Freegans vivem de trocas, pegam o mínimo possível em dinheiro, moram em confortáveis apartamentos abandonados das cidades mais caras do mundo e se alimentam muito bem: legumes, verduras e frutas frescas. Do lixo

Os freegans acham alimentos em perfeito estado, todos no lixo

As fotos que ilustram este texto são de um encontro chamado dumpster diving (tradução livre: mergulhando na caçamba), em Nova York. A organização começa no site do próprio evento e tem como objetivo encontrar as comidas em perfeito estado para consumo que são despejadas no lixo da metrópole. “Já sabemos quais supermercados jogam mais comida fora. Saímos unidos, pois assim temos mais força. Mexemos no lixo com luvas e, depois de tudo revirado, voltamos para as sacolas o que não nos interessa”, conta Madeleine Nelson, uma uma das fundadoras do grupo Freegan de Nova York. “Não é um privilégio da sociedade americana o excesso de consumo. O exagero humano, as sobras, estão em todo o lugar. Mesmo no Brasil, onde escuta-se falar de fome, há um grupo de freegans em São Paulo”, afirma. E qual não foi minha surpresa ao descobrir que, não só na grandississíma capital, mas em Belo Horizonte também há freegans (dá para saber mais sobre eles no site:http://www.rarbh.wikispaces.com/cantinhofreegan

Frutas e legumes são cuidadosamente embalados e higienizados antes do consumo

O famigerado Facebook, a maior rede social do mundo, também tem ajudado a espalhar a riqueza. A moda, por exemplo, amada por tantos e desprezada por tantos outros devido à velocidade com que um item perde valor, tem ganhado espaço na rede para trocas. E, nesse caso, não é privilégio apenas dos freegans. As trocas estão sendo feitas não só por estes ativistas radicais, como muitas vezes são vistos os freegans. Apenas numa das comunidades são mais de 18 mil pessoas trocando roupas e acessórios. Para trocar também, busque pela palavra troca dentro do site (facebook.com) e veja as páginas do seu interesse.


Mas, pensando bem, estamos falando de riqueza. A melhor coisa de ser muito rico, eu imagino, é poder viajar à vontade, conhecer o mundo inteiro. Como viajaria um freegan, se, por princípio, ele não se preocupa em juntar dinheiro? A comunidade online do couchsurfing.com (surfando no sofá) conta hoje com mais de 2,5 milhões de pessoas. Só no Brasil, que ocupa o oitavo lugar na lista de participação do site, são mais de 71 mil usuários. Todos formados por pessoas que viajam o mundo e não gastam dinheiro em uma daqueles itens mais caros para quem visita outro país ou cidade: a hospedagem. Cada participante tem sua página de perfil e pode ver fotos e ler comentários sobre outras pessoas que já se hospedaram naquele lugar. Os casos de sucesso e de gente que só viaja através do couchsurfing engolem qualquer número de problemas.


A lista de possibilidades de se viver consumindo menos e sendo feliz é longa. Estamos em 2011 e conectados como nunca antes. Estão abertas as portas da liberdade.





Fonte:www.divirta-se.uai.com.br

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