Dilma participou do maior assalto da ditadura, conta livro

Foto da ficha criminal de Dilma, aos 22 anos

'O Cofre do dr. Rui' conta assalto ao cofre de Adhemar de Barros, ex-governador de São Paulo


Se não fosse pelo grande valor histórico da obra, O Cofre do Dr. Rui – Como a Var-Palmares de Dilma Rousseff Realizou o Maior Assalto da Luta Armada (Civilização Brasileira, R$ 29,90/160 págs.) já valeria a pena ser lido, como se fosse um bom romance policial.

O jornalista baiano radicado em São Paulo Tom Cardoso atualiza, com uma narrativa digna de roteiro de filme, um dos lances mais cinematográficos da história recente do Brasil – o assalto ao cofre de Adhemar de Barros, ex-governador de São Paulo, pela organização Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), no ano de 1969.

Mas o argumento real faz jus ao tratamento romanceado. Aquele foi o maior roubo praticado por organizações de esquerda para financiar a luta armada contra a ditadura no Brasil na década de 60. Foram retirados de uma mansão carioca o cofre com parte da fortuna oculta de Adhemar de Barros, político populista que ganhou de seus desafetos a definição “rouba, mas faz”.

E a ‘parte’ dessa fortuna era US$ 2,6 milhões. Em valores de hoje, cerca de R$ 25 milhões. Era dinheiro de corrupção e Caixa 2 que, à época, não ia para paraísos fiscais: ficava malocado em locais de confiança. E toda esta dinheirama estava na casa da amante do ex-governador, a socialite Ana Capriglione, que recebera a alcunha de ‘Dr. Rui’ para não levantar suspeita.

Mas, hoje, com o recuo do tempo, nada mais chama tanto a atenção para esse roubo do que a participação da atual presidente do país, Dilma Rousseff, que, naquela época, era guerrilheira e integrante da VAR-Palmares.

Dilma
Mas Tom Cardoso se encarrega de colocar os pingos nos is sobre a participação de Dilma na trama mirabolante do assalto. A atual presidente não participou do planejamento, nem do assalto em si, como consta em sua ficha criminal, lavrada pelo Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna – Doi-Codi, a polícia de repressão da época. A atuação de Dilma foi na troca do dinheiro, em dólares, por cruzados novos.

Cardoso chega a essa história através do depoimento do ex-marido de Dilma, Carlos Araújo, que era um dos chefes da VAR-Palmares. Dilma se disfarçou de estrangeira para trocar US$ 1 mil em uma casa de câmbio localizada no Hotel Copacabana Palace, no Rio, uma das poucas que existiam na época da ditadura.

Ela ainda participou da troca de outros US$ 300 mil negociados com o banco Bradesco. O funcionário do banco propôs trocar todo o dinheiro: “Naquela época, os grandes bancos não tinham acesso a dólares. A moeda era comprada apenas pelo governo, então era interessante para o Bradesco comprar dólares”, disse Cardoso, em entrevista ao portal Terra. Mas, os guerrilheiros desconfiaram e resolveram trocar apenas uma parte, que hoje equivaleria a mais de R$ 1 milhão.

O assalto, porém, em vez de ser uma saída para os guerrilheiros, virou uma condenação. “O assalto, bem-sucedido, não resultou em dias melhores para a militância. Pelo contrário. Além da histórica incapacidade de lidar com qualquer forma de capital (...), os responsáveis pelo assalto ainda tiveram que lidar com uma maldição, que insistiu em acompanhá-los para além da aventura revolucionária”, escreveu Tom Cardoso, na introdução.

O livro já está com os direitos vendidos para Rodrigo Teixeira, produtor executivo de longas-metragens como O Cheiro do Ralo e O Casamento de Romeu e Julieta.

O Cofre do Dr. Rui – Como a Var-Palmares de Dilma Rousseff Realizou o Maior Assalto da Luta Armada
Autor: Tom Cardoso
Editora: Civilização Brasileira
Preço: R$ 29,90 (160 págs)






Fonte:correio24horas

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