Judas, e não Jesus, teria sido crucificado

São Barnabé foi discípulo de Jesus e nega que o mestre tenha sido crucificado

Estudioso do islamismo avalia textos antigos e diz encontrar equívocos históricos e geográficos


O texto não tem nada de novo, ao contrário, acredita-se que tenha sido escrito nos séculos V ou VI, mas foi descoberto há 13 anos, após a polícia turca ter desmantelado uma rede de venda ilegal de antiguidades, de escavações e de posse de explosivos.

Vez por outra, alguém encontra um motivo para resgatá-lo do baú. Dessa vez, a descoberta atraiu a atenção do mundo depois que o Vaticano teria feito uma requisição oficial para ver o livro. Entretanto, ainda não se sabe se o pedido foi atendido.


As origens do suposto evangelho são desconhecidas, mas o site National Turk afirma que o livro foi mantido no palácio da Justiça da capital turca, Ancara, e seria transferido sob escolta policial armada para o Museu Etnográfico da cidade.


Para a agência iraniana Basij Press, a descoberta é tão importante que vai abalar a política mundial.


As páginas do livro são de couro tratado, estão negras por causa da ação do tempo, mas as letras em douradas ainda possibilitam sua leitura.


As autoridades turcas acreditam que se trata de uma versão autêntica do evangelho de Barnabé, um discípulo de Jesus que ficou conhecido por suas viagens com o apóstolo Paulo, descritas no livro de Atos.


O livro afirma que Jesus nunca foi crucificado e que Cristo previu a vinda do profeta Maomé. Escrito em siríaco, um dialeto do aramaico, língua que teria sido falada por Jesus Cristo, o evangelho vaticinaria inclusive a chegada do último Messias islâmico.


Para o teólogo Samuel Green, capelão inter-religioso, ministro da igreja anglicana da Tasmânia, na Austrália, especialista e palestrante sobre islamismo, o evangelho de Barnabé foi escrito por um judeu do primeiro século depois de Cristo que viajou com Jesus.


“Se Barnabé realmente é o autor, então seria de esperar que ele estivesse familiarizado com os fatos básicos da vida judaica de seu tempo. Mas não é o que acontece”.
Green comenta que, bem no começo do evangelho de Barnabé, Jesus é chamado de Cristo. “Durante os últimos dias, Deus nos visitou através de seu profeta Jesus Cristo (pág.2)”. Entretanto, por toda parte do livro, Jesus nega ser o Messias. “Eu não sou o Messias” (cap. 42).


“Como Jesus pode ser o Cristo e negar ser o Messias quando ambas as palavras significam exatamente a mesma coisa? Quem quer que seja que escreveu esse livro não sabia que o significado da palavra grega “Cristo” é “Messias”. Barnabé foi um hebreu que viveu na ilha de Ciprus, de língua grega. Como poderia ter cometido esse equívoco”, indaga Green.

O teólogo vai listando outros equívocos do evangelho. “O capítulo três diz que Herodes e Pilatos governaram a Judeia na época do nascimento de Jesus, mas eles nunca governaram juntos. Herodes governou a Judeia sozinho de 37 a 4 a.C., enquanto Pilatos governou trinta anos após, de 26 a 36 d.C. O verdadeiro Barnabé viveu durante os tempos de Pilatos, então se ele realmente escreveu esse livro, como poderia ter cometido tal equívoco?”.

Green também sustenta que o evangelho de Barnabé comete erros básicos sobre o idioma, história e geografia do mundo judeu do primeiro século, falhas que lançam dúvida sobre a declaração de que Barnabé era mesmo do século I d.C.

O livro atribuído a Barnabé é dissonante porque ora apoia o ensino do Islã, ora não. “O Alcorão ensina que Jesus é o Messias e nunca ensinou que Mohamed é o Messias, mas o texto de Bar nabé nega que Jesus seja o Messias e ainda diz que Mohamed o é. Ambas as ideias contradizem o Alcorão”, finaliza o teólogo.








Fonte:ANA ELIZABETH DINIZ -  www.otempo.com.br

5 comentários:

  1. Na verdade Cristo, do grego significa "ungido", ou "ungido com óleo sagrado" e não Messias.
    Tá na cara que não se trata do mesmo Barnabé mencionado no livro de Atos, e sim de um charlatão ou uma trollagem moderna mesmo.
    Pois o Barnabé mestre de Paulo, realizou muito bem seu treinamento para com o apóstolo, o qual dedicou o resto de sua vida (com todas as duas forças) para anunciar a salvação através de Cristo, o Filho do Deus vivo. O Messias enviado da parte de Deus.

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  2. Não se pode discutir fé. Nenhum livro mudará o que as pessoas aprenderam a acreditar.Se a Bíblia contém fatos históricos ou se for só mitologia não importa. AS fá das pessoas é mais forte que qualquer prova. Mesmo que essa fé seja direcionada para algo inventado por alguém. Eu, assim como nenhuma pessoa, posso dizer se a Bíblia relata fatos. Particularmente eu acho o texto muito conveniente para alguns grupos que se tornaram muito poderosos por isso. Mas considero que desrespeitar a fé de qualquer pessoa é, no mínimo, uma covardia já que não existem provas a favor ou contra. Obs.: Imagina um evangélico radical morrer, ir pro céu e finalmente descobrir que o pessoal da Umbanda é que estava certo e der de cara com o Exu? :) Queria estar lá pra ver isso....

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  3. A verdade de tudo isso ainda está longe,muito longe,só deixou uma coisa aqui,NÃO CONFIE TBM NA BÍBLIA!!!!

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  4. Só digo uma coisa, leiam o livro: "E a Bíblia tinha razão".

    A história do livro narra a vida de um cara (arqueólogo) que queria provar que a Bíblia era uma mentira e bem no fim teve que concordar com sua veracidade.

    Um cristão, após a sua morte, pode ir para o mesmo Deus, mesmo este cristão sendo tanto evangélico, como católico ou judeu messiânico. Mesmo pecando por não estudar/conhecer a Bíblia e por conseguinte sendo manipulado pelos que estão no poder. É bem possível que ainda vá para Deus. O único caminho para o Deus vivo e verdadeiro é a aceitação de Jesus como seu Senhor e Salvador.

    Agora dizer que todas as religiões levam à Deus é a maior mentira do capiroto!!! Cada uma leva à um deus diferente. Quem estuda um pouquinho sabe disso. O problema é que as pessoas vivem completamente alienadas a isso tudo e quando surge um assunto desse sentem despertar dentro de si um desejo ardente repentino de comentar como se fossem experts no assunto.

    Acham que é tão somente dizer que acreditam em uma religião A ou B e não sabem nem da história, nem suas doutrinas, NADA!!

    Esse é o país da copa??

    Igualzinho elegem seus políticos. Por isso elegem e reelegem os mesmos ladrões de sempre. O brasileiro é um povo que não questiona. Acha uma verdade pessoal e tem ela por absoluta. Quando ainda resolve questionar não conversa de forma inteligente, já parte pra briga. Quando resolvem fazer uma manifestação, não sabem usar essa arma e partem para o vandalismo. Quem questiona com uma vontade sincera de aprender se edifica e descobre a verdade.

    Achei muito interessante o "post". O autor colocou um assunto em questão, argumentou e deixou para uma conclusão pessoal de cada um. Não houve imposição em cima do que ele acredita.

    Realmente, cada um acredita no que quer. Se alguém quer que outra pessoa acredite na mesma coisa que ela, tá ai a dica. Exponha suas ideias de maneira saudável e inteligente, dialogue. E independente da conclusão, que haja sempre o respeito.

    Isso que eu ia dizer só uma coisa.

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