Luz engarrafada inventada por brasileiro faz sucesso em vários paises

Ideia de Alfredo Moser se espalhou pelo mundo, e ele segue a vida simples em Uberaba-MG

Em 2001, o Brasil passava por uma forte crise energética. Em tempos de apagão, o racionamento de energia fazia parte do dia a dia dos brasileiros, e era grande o risco de ficarmos no escuro de uma hora para outra. Para economizar, era preciso ter criatividade, e foi assim que uma luz se acendeu na imaginação do mecânico Alberto Moser, na época com 49 anos. Com uma garrafa pet, ele criou a “luz engarrafada”, que saiu de Uberaba, no Triângulo Mineiro, e se espalhou pelo mundo.

Enchendo uma garrafa pequena com água limpa e um pouco de água sanitária, ele colocou a invenção em um buraco no teto de casa para que ficasse em contato com o sol. E, assim, nasceu uma lâmpada diferente. Sem gastar qualquer energia elétrica, era possível iluminar um cômodo inteiro durante o dia.

“Peguei uma garrafinha pequenininha para testar e pus no telhado, aí deu luz. No outro dia, eu já quebrei um buraco maior e encaixei a pet de 2 litros”, relata. Moser sugeriu que um amigo, dono de um restaurante, colocasse a nova lâmpada no estabelecimento. O amigo aderiu à ideia, e assim a novidade se espalhou.

O inventor instalou as lâmpadas por toda a vizinhança e recebia “um dinheirinho”. “O pessoal aqui é muito pobre, não dá pra cobrar caro”, diz.

Depois que a invenção chegou aos jornais, o produto passou a ser exportado. Moser levou a engenhoca para ser instalada no Parque Ecológico Chico Mendes, em São Paulo. A luz engarrafada foi parar em ao menos 15 países, como Chile, Índia, Bangladesh, Tanzânia, Argentina e Filipinas. No arquipélago asiático, o projeto “MyShelter”, constrói casas totalmente recicladas para a população pobre e, em 2011, passou a utilizar o método do morador de Uberaba para ajudar na iluminação.

O mecânico conta que já havia sido avisado sobre sua invenção alguns anos antes. Uma dia, passando em frente à casa de Chico Xavier, em Uberaba, o viu na porta e resolveu cumprimentá-lo. “Uma senhora nos apresentou, e ele me disse: ‘Moser, você vai ter uma luz na sua vida, mas ela não vai ser só sua, vai ser do povo’, e eu fiquei sem entender”, conta.

Hoje com 61 anos, Moser não enriqueceu com o sucesso das lâmpadas. Continua trabalhando como mecânico e borracheiro. Também benze e coloca “as cadeiras no lugar”.

Baixo custo. Como a invenção não utiliza energia elétrica, a economia na conta de luz é visível, diz o professor Fabio Gonçalves Jota, do departamento de engenharia eletrônica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Em substituição a uma lâmpada fluorescente acesa apenas durante o dia (8 horas), a economia é de R$ 2,40 por lâmpada. Contando que uma casa pequena tenha em média quatro lâmpadas, a economia pode chegar a quase R$ 12. Se a utilizada fosse a incandescente, o custo mensal seria de R$ 11,50 cada.








Fonte:Informações O Tempo

Um comentário:

Seu comentário será publicado depois de moderado