O amor online é difícil de assumir ?

Achado. Mariana, 28, e Acuã, 31, se conheceram pelo CouchSurfing, sem a intenção de relacionar, mas a afinidade ao vivo falou mais alto

Bastou um “olá” por um aplicativo de celular para Edson Ferraz, 41, começar um relacionamento amoroso. Após um mês de conversa, ele se encontrou com o pretendente, com quem ficou por dois anos. Apesar de não ser novidade alguma conhecer pessoas por meio de sites ou aplicativos, as formas de lidar com esses novos começos ainda estão sendo descobertas.

Edson, por exemplo, relata uma certa vergonha em assumir que a relação partiu do meio virtual. “Houve um constrangimento (de assumir a história), pois a maioria das pessoas tem muito preconceito com meios como esse, acreditam que não têm pessoas sérias. Se falar que você conheceu alguém por meio deles, algumas já te olham diferente”, conta.

Por outro lado, a gestora de tecnologia Larissa Florinda, 26, não teve vergonha em revelar para amigos e familiares a origem do namoro. “Tive mais receio em contar sobre a diferença de idade do que falar que o relacionamento começou pela internet”, conta Larissa, cujo namorado, Fred Berlowitz, é 15 anos mais velho.

Variedade. Com ou sem vergonha, milhões de pessoas hoje em dia começam relacionamentos afetivos por redes sociais e aplicativos de celular. Sejam eles específicos para uma relação a dois – como E-Harmony, Par Perfeito, Grindr e Manhunt – ou pelos não direcionados – como Facebook e Twitter. De acordo com pesquisa realizada pelo Target Group Index, 8% dos internautas brasileiros, entre 15 e 75 anos, acessam sites de namoro online.

Segundo o site Statistic Brain, que apresenta dados de pesquisas feitas nos EUA, a média de tempo de uma relação que começou online até o casamento é de 18,5 meses, enquanto a média de casais que se conheceram offline é de 42 meses até a união oficial.

Mas até quem não está necessariamente procurando encontra, como aconteceu com o casal Mariana Faria, 28, e Acuã Sperl de Faria, 31. Tudo começou quando ela foi fazer uma prova para um concurso público no Rio de Janeiro e utilizou o site CouchSurfing, no qual os usuários disponibilizam a casa para hospedar viajantes.

Ela foi hóspede na casa dele e, assim, o namoro começou em 2009. “Não tenho problema com relações que começam em sites de relacionamento. No nosso caso, foi por meio de internet, mas não era o objetivo inicial”, conta Acuã.

Rapidez. Um ponto em comum relatado pelos usuários está na rapidez em conseguir informações sobre o outro e até mesmo um encontro. “Há um tempo próprio no mundo virtual que acelera tudo em nossa volta, e nos coloca constantemente perante a sensação de que estamos desatualizados, defasados”, comenta a psicanalista Izabel Haddad.

Segundo ela, não há como saber se esse novo contexto é positivo ou negativo, mas o fato de as pessoas não conseguirem mais esperar para construir o vínculo pode ser nocivo. “A relação amorosa se constrói com o tempo, o próprio desejo só surge com o tempo e com cota de falta”, afirma.

Diferente dos dias de hoje, os casais se formavam de forma mais lenta às épocas anteriores à internet. Em “Anna Karenina”, de Liev Tosltoi, por exemplo, homens e mulheres na aristocracia russa do século XVIII se conheciam por meio de eventos, como bailes. Em comum aos dias de hoje, o que prevalece é a expectativa de encontrar a cara-metade.









Fonte: O Tempo

Um comentário:

  1. Acredito que o amor online não seja difícil de assumir. Estou namorando há quase 5 meses uma pessoa que mora em Minas, eu moro em Curitiba, não temos como viajar no momento para nos conhecermos pessoalmente, nos falamos quando podemos estar online no Facebook mas mesmo assim o amor, carinho e respeito existem

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