Ouvidos digitais: como as gravadoras garimpam na internet

Na Universal, artistas descobertos na rede já são 20% das novas aquisições

O grupo curitibano A Banda Mais Bonita da Cidade obrigou as gravadoras a se mexer, mas elas já têm planos para evitar uma mobilização de emergência (Divulgação)
Quando os versos de Oração grudaram na mente de milhares de internautas e projetaram A Banda Mais Bonita da Cidade, de Curitiba, no cenário nacional, gravadoras como a Sony correram para cortejar o grupo. Embora casos como esse sejam os de maior visibilidade no meio musical, não é assim, apenas, que se faz a ponte entre a internet e um grande estúdio. Gravadoras de grande porte vêm montando equipes focadas no mundo virtual e em alguns casos, como no da gigante Universal, já contabilizam um quinto de descobertas online entre os seus novos contratados.

Bandas como Cine, Vanguart e Link’ed estão entre as descobertas feitas pela Universal na rede. São achados que fazem da web – uma vilã quando se trata de pirataria – uma valiosa fonte de talentos. De acordo com o gerente artístico Daniel Silveira, todos os departamentos da gravadora trabalham conectados. “É uma forma de descobrir talentos”, diz. Para diminuir os riscos das apostas, a empresa lança um single do artista encontrado e, se a acolhida for boa, parte para um disco completo.

Exemplo de aposta que deu certo é Paula Fernandes. A Universal conheceu a sertaneja-pop em 2008, pela rede, e lançou seu primeiro disco, Pássaro de Fogo, no mesmo ano, atingindo a marca de 40.000 exemplares vendidos. Em 2011, saiu um combinado de CD e DVD ao vivo, que já contabiliza vendas de 700.000 cópias. É certo que o convite para participar do especial de fim de ano de Roberto Carlos – que as revistas de fofoca juram ser seu namorado – na Globo ajudou. Mas a internet teve papel essencial no início da carreira da cantora, do qual a Universal não abre mão. “Todo o trabalho de divulgação da Paula Fernandes foi feito primeiramente online, o que gerou acesso e propaganda boca a boca. Nós demos continuidade à publicidade de forma tradicional, mas sem abandonar a rede”, diz Silveira.










Fonte:veja.abril.com.br

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