Na onda dos cancelamentos de shows no Brasil, quem paga a conta?

O Brasil nunca esteve tão popular na rota das bandas gringas e nunca houve tanta facilidade para reunir atrações nacionais e internacionais em grandes eventos. Mas esse boom de eventos também aumenta os riscos e possibilidades de prejuízos. E alguns deles independem da vontade de organizadores, artistas ou do público.

"Quando um show é cancelado por alguma tragédia ou impedimento da natureza, além do contrato, a gente conta com o bom senso do artista, da equipe e dos envolvidos. O hotel costuma cancelar a reserva sem cobrar multa, assim como as companhias aéreas, e o cachê é devolvido. Mas existem gastos, como aluguel de som, iluminação e divulgação, que não temos como reaver", disse Alexandre Rossi, produtor do Circo Voador.

Por exemplo, em junho, as cinzas do vulcão chileno Puyehue impediran que a banda Cut Copy saísse da Argentina para suas apresentações no Rio e em São Paulo. Em 2010, o Guns´n Roses precisou adiar o show que aconteceria na Apoteose por causa de uma tempestade que alagou o Rio de Janeiro e ilhou fãs e músicos.

Em alguns casos até a banda pode sair prejudicada. Foi o que aconteceu com o Cut Copy. Suzana Trajano, realizadora do show, estima que, neste caso, o prejuízo tenha sido cerca de R$ 10 mil para sua produtora, mas explica que os músicos também arcaram.

"No cachê que demos para eles, estavam incluídas as passagens. Os músicos desenharam a turnê da América do Sul e tiveram que voltar para a Austrália. Quando eles voltarem ao Brasil em outubro (dia 22, no Circo Voador), essa depesa será paga por eles, porque já estava no orçamento.

O que costuma acontecer em casos como da banda Gossip, que de uma hora para outra cancelou por duas vezes suas apresentações no Brasil (uma em 2008 e uma em 2010)? Normalmente se o artista cancela sem justificativa especificada no contrato, o promotor o processa em seu país de proveniência".

As empresas e produtoras de show evitam, ao máximo, que o espectador seja prejudicado e tenha que arcar com alguma parcela do prejuízo. No caso de reembolso de ingressos, a Ticket 4 Fun tem uma política de preservar o cliente.

"Caso um show seja cancelado o cliente tem reembolso do valor total pago: ingresso, taxa de conveniência e taxa de entrega. Como a Ticket 4 Fun opera de A a Z, o impacto financeiro de um cancelamento é pequeno. A produtora também é dona da casa de espetáculo, da venda dos ingressos, do setor de alimentos e bebidas, etc. Ou seja, quando um show é cancelado, ela deixa de lucrar com o artista, mas não terá custos de aluguel, equipe, etc", disse a assessoria de imprensa em nota.

Veja exemplos de cláusulas de contrato que preveem incidentes causados por "motivo de força maior":

* Em caso de doença, incapacidade, restrições apropriadas de greves, ou quaisquer outros eventos fora do controle do artista, incluindo, mas não limitados à falha de transporte, o artista não deve ser obrigado a executar o trabalho previsto. Neste caso, o artista não deve ser responsabilizado, de forma alguma, por qualquer perda de tipo e natureza como as sofridas pelo produtor.

* Se o Produtor cancelar a apresentação (exceto como resultado de atitudes ou omissões do artista ou do seu produtor/empresário ou representantes), o artista terá direito a taxa de cancelamento de 100% e reembolsos de quaisquer outros custos incorridos pelo artista. O mesmo se o artista cancela a apresentação.

Da Agência O Globo









Fonte:pernambuco.com

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