Grupos mostram seu perfil e o produtor decide se quer convidá-los para o evento. Negócios reduzem burocracia
A ideia é simples. De um lado, a banda, que faz login no site, cria um perfil e mostra quem é o grupo. Disponibiliza algumas faixas de música gravadas, apresenta o currículo, biografia ou discografia, telefones e e-mails de contato.
Do outro lado está o produtor, que também faz login e disponibiliza dados no site, mas sobre um festival ou show: dia, cidade, se paga ou não cachê, se oferece ou não transporte, hospedagem e alimentação para a banda se apresentar em seu evento.
A banda que se interessa se oferece para tocar. O produtor visita o perfil do grupo no site e decide se quer ou não chamá-la. Pronto. Está fechado o negócio. Somado a isso, marcas que querem atuar nesse mercado e os próprios fãs, esse é o site Toque no Brasil (www.toquenobrasil.com.br) ou TNB.
“Acho que o TNB é a maneira mais sem burocracia que criaram até hoje para fechar shows. É muito fácil, porque músico nunca consegue lidar com papelada e entregar documentos. Eles facilitam e desburocratizam. O contato é entre músico e festival, e pronto”, resume Túlio Araújo, integrante da banda Samba de Luiz, que já tocou em oito festivais mineiros, via inscrição no TNB.
A história do site é recente. Entrou no ar em fevereiro de 2010. Passou por alguns testes, ouviu opiniões e, de outubro de 2010, a abril deste ano, esteve on-line em versão beta. Só nos últimos três meses a plataforma começou a funcionar oficialmente.
Categorias Por ser colaborador do Coletivo Pegada, integrante do circuito Fora do Eixo, Túlio Araújo também já teve a oportunidade de estar do outro lado no site, o do produtor, e achou fácil realizar o processo de curadoria. “Quando você acessa a página da banda, já tem tudo, até rider técnico e mapa de palco. E o TNB é dividido em categorias. Quem organiza o festival já sabe que quer cinco bandas de rock, uma de hip-hop, outra de MPB e o site filtra isso para você”, explica Túlio.
O Samba de Luiz, inclusive, é a prova de que a plataforma não tem preconceito. Atualmente frequentada por bandas autorais do mundo independente, ela não pretende fechar as portas para nenhum ritmo, nem para músicos e produtores que não estejam nesse circuito.
A tendência é mesmo crescer. Até hoje, 350 oportunidades de shows já foram divulgadas pelo site e mais de 3 mil bandas foram convocadas para tocar. O que faz os números crescerem é o fato de os sócios fundadores, quatro jovens com idade média de 30 anos, não estarem sozinhos. Contam com ajuda de divulgação e validação da seriedade graças aos parceiros, o Circuito Fora do Eixo, rede nacional de coletivos de arte; a Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin); a Associação Brasileira das Casas de Show Independentes (Casas Associadas) e Brazilian Music & Arts (BMA), que tem o objetivo de difundir a música brasileira no exterior.
Marketing Não são apenas shows que o TBN oferece. Os diretores querem mais. “Hoje, a grande maioria das oportunidades são para apresentações ao vivo em festivais. Mas queremos diversificar e fazer dali um classificado de empregos para músicos”, avisa o economista Caio Tendolini, um dos sócios-diretores, de 27 anos.
Ao facilitar a conversa entre marcas, fãs, músicos e produtores, eles pretendem oferecer espaço para promoções e marketing, anúncios de vagas para produção de jingles publicitários ou trilhas sonoras. “A plataforma estará disponível para o mercado encontrar qualquer coisa de que precise. Oferecemos todas as ferramentas, só não entramos na negociação”, resume Caio.
Atualmente, o site conta com 8,7 mil usuários, que podem se relacionar e devem trabalhar, ter acesso a oportunidades, serviços e produtos nessa área profissional chamada música.
Quem precisar pode ainda pagar um valor simbólico para o pessoal do TNB e receber uma boa promoção nas redes sociais, por meio de mailing, tuítes e do próprio site.
Para todas as bandas que entram, o serviço, além de gratuito (para qualquer usuário), oferece diferencial bacana: o nome do grupo entra antes do nome do site no endereço. Fica assim: http://sambadeluiz.tnb.art.br.
SAIBA MAIS
As novas opçõesA internet, a facilidade de troca de arquivos digitais e a falta de controle das grandes gravadoras sobre o que se produz e o que se consome no atual mercado da música geraram diferentes possibilidades.
Especialmente para os artistas, que encontraram novas formas de divulgar o próprio trabalho, sem depender de multinacionais e meios de comunicação de massa.
Bom exemplo foi o Myspace.com, que lançou nomes como Mallu Magalhães e algumas das bandas emo e rock colorido que estão em alta. Foi. Porque não é mais. Muda o mercado, mas também mudam os meios, e há pouquíssimos serviços na internet que duram muito. Especialmente quando se trata de mídias sociais.
Assim como o Orkut saiu dos holofotes para dar espaço ao Facebook (que agora começa a se preocupar com o Google ), o Twitter foi uma febre que já não chama tanta atenção, e o Myspace sofre do mesmo mal.
Criado para ser uma rede social, acabou se transformando numa grande rede de músicos, que podem oferecer fotos, músicas, agenda de shows e blogs, além de trocar comentários.
Mas o Myspace começa a acabar. Prova disso são os últimos números dele. Vendido, em 2005, por US$ 580 milhões à News Corp, o site foi colocado à venda novamente, em junho. Quem comprou foi a Specific Media, em parceria com o ator e músico Justin Timberlake. Com a queda no número de usuários e tráfego no site, o valor caiu, e muito. O preço, desta vez, foi US$ 35 milhões.
Por outro lado, o site www.reverbnation.com já tem mais de 1,5 milhão de artistas cadastrados, e o Toque no Brasil (não é mera coincidência, é tendência) oferece o mesmo processo: o lugar do artista, do produtor e do fã. Todo mundo junto, interagindo.
Fonte:uai.com.br
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