Zizi Possi em veste orquestral


A série Sinfônica Pop, que explora a junção do popular com o erudito, idealizada pelo maestro Roberto Tibiriçá, promove, hoje e amanhã, no Palácio das Artes, o encontro da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais com a cantora Zizi Possi. Depois de atravessar um período sombrio (perdeu o pai, a empresária e, mais recentemente, o irmão, e amargou uma sucessão de problemas de saúde que a deixaram internada em hospitais por vários dias), ela chega a Belo Horizonte animada com a proposta, confiante de que o pior já passou e certa de que o importante é viver um dia de cada vez.

Zizi sobe ao palco após a Sinfônica executar o primeiro e o último movimentos da "7ª Sinfonia" de Beethoven. A parte que terá a cantora em cena inclui, também, temas eruditos, de Haendel e Schubert, entre outros, canções italianas, extraídas de seu disco "Per Amore", e MPB castiça, o que inclui "Tim Tim por Tim Tim" e "Porta Estandarte", entre outras.

"A intenção dessa série é justamente mostrar a versatilidade da orquestra, no repertório sinfônico popular e também na música clássica, o que sempre ajuda a atrair plateias", diz Tibiriçá, que rege os concertos hoje e amanhã, exaltando os dotes da cantora convidada. "Zizi tem uma formação clássica e erudita muito boa, inclusive estudou regência. É das poucas intérpretes populares que têm essa formação, então transita muito bem pelo repertório clássico", salienta.

Com efeito, a cantora - que tem no currículo trabalhos desenvolvidos, entre outras, com a Jazz Sinfônica de São Paulo, a Orquestra do Rio de Janeiro, a Sinfônica de Heliópolis e até a Filarmônica de Londres, com a qual gravou duas músicas de seu "Per Amore" -, mostra-se confortável diante da missão.""Tenho muita intimidade com tudo o que é orquestral, postura clássica, leitura clássica. Para mim, é um universo muito gostoso, me sinto em casa, não é um risco", destaca. Zizi não considera que o concerto de logo mais esteja dividido em blocos - de música clássica, italiana e MPB -, mas sim que cumpre um roteiro com ambientações que conduzem uma à outra.

A intérprete comenta que já atuou com Roberto Tibiriçá em concertos pregressos e que trafegar entre o popular e o erudito também não é para qualquer maestro. "São poucos os que regem música popular. Ela também requer uma certa postura, e o Roberto consegue alcançar isso muito bem. Outro é o Abel Rocha, mas, como disse, são realmente raros os que sabem fazer esse tempero", diz.

Ela ressalta que, também para o intérprete, há, naturalmente, uma diferença grande entre os ambientes erudito e popular. "Os instrumentos sinfônicos preenchem timbres e regiões que os instrumentos populares não conseguem. Conseguir fazer essa junção é que pode resultar numa sonoridade linda. O ´Per Amore´, quando apresentei o show, cantava acompanhada por um quarteto de músicos populares e uma orquestra arregimentada, com outros 18 músicos. Fiquei muito feliz com o resultado", diz.

AGENDA

O Que. Concerto com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Zizi Possi
Quando. Hoje e amanhã, às 20h30
Onde. Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro, 3236-7400)
Quanto.R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)










Fonte:otempo.com.br

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